quinta-feira, 1 de setembro de 2016

I miss you. I miss you a lot.

A gente se acostuma, e não é ruim. É gostoso. Intimidade é aconchegante, a gente consegue se ver no outro. Ali naquela parte aonde a nuca encontra o ombro, naquela covinha marota, e mais do que se ver no corpo, a gente se reconhece no olhar. A gente vê as falhas, principalmente as próprias falhas naquele olhar que diz tanto, e que de vez em quando diz nada. Só que sempre diz o que devia ser dito.
O hálito da manhã (aquele azedo), o cheiro do suor no lençol na noite quente, o gosto quente da boca, o gosto de café nos lábios. O corpo que a gente toca e se sente, e se deixa ser sentido. Aquele suspiro que confirma a perdição, aquele suspiro de alívio do amor. A briga por besteira, a briga que desmancha e no fim junta. Aquelas brigas todas que por fim são tão pequenas e bobas perto do quão grande somos juntos. É saudade. Dá saudade com vontade. Vontade de cheirar, e de ser implicante, vontade de te tocar, vontade de nos sentir, vontade que dá mais vontade. O teu cheiro que não sai de mim. Aquela frase sacana que tu me diz em alto e bom tom, enquanto estamos na sinaleira. E aquele teu jeito de arrumar tua excitação na cueca depois que te beijo.
O teu olhar que é azul tempestade, azul mar, azul paraíso,
Azul de minha perdição
Azul de mim
Azul que me tem.
Tua mão na minha cintura, tua textura na minha pele.
É saudade.