quinta-feira, 1 de setembro de 2016

I miss you. I miss you a lot.

A gente se acostuma, e não é ruim. É gostoso. Intimidade é aconchegante, a gente consegue se ver no outro. Ali naquela parte aonde a nuca encontra o ombro, naquela covinha marota, e mais do que se ver no corpo, a gente se reconhece no olhar. A gente vê as falhas, principalmente as próprias falhas naquele olhar que diz tanto, e que de vez em quando diz nada. Só que sempre diz o que devia ser dito.
O hálito da manhã (aquele azedo), o cheiro do suor no lençol na noite quente, o gosto quente da boca, o gosto de café nos lábios. O corpo que a gente toca e se sente, e se deixa ser sentido. Aquele suspiro que confirma a perdição, aquele suspiro de alívio do amor. A briga por besteira, a briga que desmancha e no fim junta. Aquelas brigas todas que por fim são tão pequenas e bobas perto do quão grande somos juntos. É saudade. Dá saudade com vontade. Vontade de cheirar, e de ser implicante, vontade de te tocar, vontade de nos sentir, vontade que dá mais vontade. O teu cheiro que não sai de mim. Aquela frase sacana que tu me diz em alto e bom tom, enquanto estamos na sinaleira. E aquele teu jeito de arrumar tua excitação na cueca depois que te beijo.
O teu olhar que é azul tempestade, azul mar, azul paraíso,
Azul de minha perdição
Azul de mim
Azul que me tem.
Tua mão na minha cintura, tua textura na minha pele.
É saudade.

domingo, 21 de agosto de 2016

Stay.

Tava pensando na nossa "briga" de ontem. Uso aspas porquê ninguém briga seriamente, e depois se abraça e tudo fica "ok". Sei que não ficou tudo ok, mas nos minutos que se seguiram na madrugada de ontem, ficou tudo bem sim. Eu fico pensando em maneiras de ficarmos juntos por muito mais tempo... já são dois anos, e nem duas semanas eu nos dava. Agora, lembrando dos nossos primeiros encontros, e sou capaz (sim minha memória sem fim) de lembrar do momento que tu me convidou pra pular nesse abismo que somos nós. Foi ali no posto de gasolina, com uma cerveja na mão, era a quarta vez que nos víamos, com olhos de céu, tu me convidou e eu aceitei. É uma queda sem fim. Nunca chegamos no chão. 
Eu queria ir morar contigo e organizar tua casa, tua vida; Nossa casa, nossa vida. Queria te cuidar, e queria ter mais paciência com a tua mania de ter métodos. Métodos esses que pra mim muitas vezes não fazem sentido. 
Tu me convidou pra pular e eu pulei. 
Tu quis me mostrar outro ângulo das madrugadas e eu aceitei. E gostei. Tu me mostrou como se faz amor com a ponta dos dedos, e eu fiquei deslumbrada. Tu me mostrou que dá pra tocar aonde dói sem fazer doer mais.
Eu não gosto de pensar no nosso fim. Não quero e não o vejo de maneira tão eminente. Aliás, nem mesmo quero que ele exista. Por Deus,  pelos deuses...
Contigo o paraíso e o inferno estão sempre separados por uma linha tênue. Eu te amo, e não te amo apesar dos pesares. Eu te amo com todos os pesares. 
Eu quis me prender em ti, me prender em nós. Eu quis me perder sem sair de mim. Eu ainda quero. Eu não tive e não tenho medo.
Eu te quis no primeiro momento que te vi, e na quinta vez que nos encontramos, eu assinei um contrato instigante com a vida. Não é fácil,  mas eu não devia ter dito tantas vezes que era difícil. 
Me dói pensar no fim. Eu te amo tanto. Eu te amo com as minhas vísceras. Meu corpo hoje só tem teu cheiro, e só teu toque arrepia minha alma. Eu amo a maneira que o tempo passa pela tua barba, eu amo teu toque, e amo a maneira que tu encara teus demônios. 

Eu te amo de uma maneira que me dói. Mas, eu te amo -também - com muito prazer. 


Stay with me.